A Casa Aymará se instala com elegância nas encostas de Montecastelo, em Gravatá, Pernambuco, como uma arquitetura que reverencia o território, o clima e a vista. Seu nome evoca raízes ancestrais e altitudes sagradas — e traduz o espírito do lugar: elevado, silencioso, pleno.

Implantada de forma precisa sobre o terreno natural, a casa se desdobra em um único pavimento elevado, criando a sensação de estar suspensa sobre o vale. A materialidade bruta e refinada — com concreto aparente, madeira natural e vidro contínuo — estabelece um diálogo direto com a serra, com o tempo e com o vento.

A galeria frontal, generosamente coberta e iluminada por claraboias, articula toda a circulação íntima, funcionando como uma varanda panorâmica contínua. As suítes se abrem para a paisagem com leveza e transparência, protegidas por brises verticais em madeira que filtram a luz com ritmo e poesia.

No pavimento inferior, uma ampla área gourmet se revela ao lado da piscina em níveis, rodeada por vegetação tropical de meia-sombra. O desenho estrutural é preciso, com pilares metálicos escuros e cobertura em laje aparente, reforçando a horizontalidade e a leveza da proposta. A cozinha aberta, o mobiliário em madeira e os planos envidraçados criam uma atmosfera de convivência espontânea e sofisticada.

A casa é feita de vazios e cheios, de aberturas e resguardos, de ritmo e pausa. Cada espaço é desenhado para acolher a luz e emoldurar a vista. O projeto não impõe, apenas repousa — como quem sabe que o mais importante já está ali: o ar fresco, o silêncio e a beleza da montanha.

Casa Aymará é mais do que uma residência — é um território íntimo. Um abrigo entre o céu e a terra, onde o tempo desacelera e a arquitetura respira junto da natureza.